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Precisamos urgentemente de figuras públicas empresariais

Caros Leitores, antes de tudo, preciso contextualizar aquilo denomino como uma figura pública empresarial. Não se trata aqui de uma medição por conta da cobertura midiática, ou sobre o volume de entrevistas concedidas a revistas, sites e jornais especializados em gestão, negócios ou economia. Da mesma forma, não se trata dos legítimos e acertados apelos para que deixemos de lado os complexos de inferioridade típicos do terceiro mundo, em troca de uma atitude acertadamente mais altiva, confiante e determinada.
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Por: Gustavo Chierighini, fundador da Plataforma Brasil Editorial e membro do conselho editorial da DVS Editora.
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Trata-se (e aqui estou cobrando), sobretudo de uma atuação crítica e incisiva daqueles que em última instância representam a parcela de contribuintes de maior impacto para a brutal, bilionária e massacrante arrecadação pública brasileira. Algo que transcenda ideologias, preferências políticas ou interesses setoriais.

Mais do que isso, rogo por uma atitude que ultrapasse o patamar das reclamações comuns, mas que traga engajamento, união, e profundo sendo de participação do empresariado que com o seu esforço, suor, disposição ao risco e capacidade para enfrentar intermináveis finais de semana e horas mal dormidas, tocam para frente o desenvolvimento econômico, não obstante o sempre assustador panorama de riscos, a interminável e modorrenta burocracia nacional, uma das maiores taxas de juros do mundo e a nossa tradicional e acachapante carga tributária sem retorno.

É essa a minha cobrança. Confesso o meu cansaço com a eterna ladainha sobre liderança, motivação e o blá, blá, blá politicamente correto com suas frases de efeito sobre o mundo socialmente responsável, sem contar com a chatíssima retórica corporativa sempre acompanhada de novas modinhas de ocasião.

Afirmo aqui, para não polemizarmos desnecessariamente, que sou totalmente a favor da atitude socialmente responsável, até por observar nela um pilar de sustentação do sistema. (sobre as modinhas, as deixo aos aficionados) Mas questiono: Não seria justamente o cuidado, a vigilância, a ativa fiscalização e o efetivo envolvimento nas questões públicas uma excelente forma de exercer a responsabilidade social, justamente por se tratar de um complexo de políticas e ações governamentais financiadas e sustentadas pela tributação de quase um terço de tudo o que produzimos?

Qual é a vantagem de nos colocarmos ficticiamente em um universo paralelo de empreendedorismo, busca incansável por eficiência, inovação, competitividade e senso politicamente correto, mas ao mesmo tempo adotarmos a total condescendência, resignação e abandono com tudo aquilo que pagamos ao Estado e suas resultantes em políticas públicas e sociais?

Não seria essa uma excelente atitude socialmente responsável dotada de absoluta sustentabilidade?

Não podemos mais nos esquivar dessas questões. Precisamos com urgência sair da toca na qual fomos colocados (ou na qual nos colocamos) e assumirmos efetivamente esse papel. E que não existam dúvidas sobre o apoio da sociedade civil como um todo, empreendedora ou não. Ela está cansada, farta, aborrecida e ansiosa pelo Brasil Potência que sem dúvida se constrói e se solidifica a cada dia, mas não suporta mais apenas servir com seu trabalho. Ela quer ser servida, e com qualidade, pela estrutura que os seus impostos sustentam.

E que também não existam ilusões. Não haverá potência econômica livre e democrática, que sobreviva a omissão da parcela social geradora de riquezas.

Até o próximo!

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