Por: Gustavo Chierighini, fundador da Plataforma Brasil Editorial e membro do conselho editorial da DVS Editora.
Caros leitores, por mais que se propague a separação entre as contas empresariais e a gestão financeira pessoal dos empreendedores, e por mais que seja essa prática correta, sabemos muito bem que é impossível eliminar o fio condutor que de uma forma ou outra acaba por ligar as duas situações.
O ponto é que, a menos que seu negócio seja uma S.A. dotada de excelente governança e uma rigorosa e independente estrutura de fiscalização, onde uma das missões seria a de proteger a empresa de você mesmo, cuidar para que uma eventual desestruturação das suas finanças pessoais não afetem o seu negócio, se faz imperioso, caso deseje construir uma jornada pessoal e empresarial próspera, e sólida.
Aqui a prudência fala alto e não basta a política da separação de contas entres pessoas físicas e jurídicas, trata-se antes de consciência e educação financeira na veia. Caso contrário, a tentação para aumentar a sua retirada mensal, ou elevar o percentual de distribuição de lucros em detrimento de novos e importantes investimentos no negócio, será perigosamente grande.
Cientes disso, sugiro evitar a tentação:
1. Tenha sempre a consciência de que é impossível enriquecer, gastando mais do que se ganha. O caminho da capitalização, passa pela contenção, necessariamente;
2. O conservadorismo nas finanças pessoais, permitirá a tomada de novos riscos, quando não correr tais riscos se caracterizar em algo ainda mais perigoso. Em outras palavras “o caldo de galinha alimenta a capacidade para mais investimentos e o resultante gerenciamento de riscos”;
3. Tenha personalidade. Você não precisa seguir o senso comum vigente, e consumir tudo aquilo que dizem ser essencial para se viver;
4. Não permita que o seu padrão de vida cresça na mesma medida que o crescimento dos resultados da sua empresa. Ele pode simplesmente estagnar, seja por conta de situações imprevisíveis de mercado, seja a partir de uma nova canetada do governo, ou quem sabe depois de uma pequena alteração no regime de tributação. Esteja capitalizado para enfrentar as adversidades, e saiba que elas sempre virão, mais dos cedo ou mais tarde;
5. Fuja dos financiamentos, eles ainda são absolutamente insustentáveis, e sua lógica não converge com uma política pessoal de enriquecimento. Saiba esperar e compre a vista, com desconto;
6. No campo da economia pessoal, por mais entusiasmado que seja com o futuro, mantenha vivo um certo pessimismo saudável;
7. Mantenha a sua família longe do negócio. Caso tenha filhos, faça-os buscar os seus próprios caminhos;
8. Trabalhe com o que gosta, de forma que seja menos um fardo e mais um veículo de realização e satisfação cotidiana. Desta forma você sentirá menos necessidade de “se compensar” (gastando e comprando) por conta do trabalho duro e do natural stress do dia-a-dia;
Boa sorte e até o próximo.