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Enxergue os sinais de que você não tem futuro na empresa e saiba como evitar a demissão

Confira a reportagem de Heloisa Noronha publicada no portal UOL. A matéria contou com participação de Branca Barão, que lançará seu livro em breve pela DVS Editora. Leia o texto completo abaixo:

Salvo algumas exceções, em que a decisão final se baseia em comportamentos inadequados no trabalho (como falta de ética, violência física ou verbal), a demissão é uma atitude drástica bastante calculada na maior parte das empresas. Portanto, se você tem a sensação de estar estagnado no emprego, é possível que você já esteja sendo analisado por seus superiores. Mas ainda há chances de mudar o jogo. “Quando a companhia anda mal e precisa fazer cortes, a situação é mais complicada. Porém, há muitos casos em que o colaborador vai sendo ‘queimado’ aos poucos e pode reverter o quadro”, diz Janaina Ferreira, professora do Ibmec de São Paulo. O UOL Comportamento conversou com especialistas em carreiras e identificou as situações que indicam que, em breve, o funcionário pode receber o cartão vermelho. Descubra quais são e veja as dicas que podem mudar os rumos do seu destino profissional.

Tensão no ar
Para Branca Barão, especialista em comportamento humano e programação neurolinguística, o primeiro indício é sentir um clima estranho no ar. “Geralmente, os funcionários passam a achar que estão no lugar errado, no momento errado. Se sentem excluídos das conversas, do café, e deixam, aos poucos, de fazer parte dos momentos de descontração na empresa”, diz Branca. Sem saber como agir, os colegas passam a evitá-los socialmente.

Tarefas demais ou de menos
Seu chefe não lhe dá ordens e não se preocupa em cobrar prazos.“Pior ainda é quando o gestor distribui as tarefas diretamente aos seus subordinados ou transfere suas atribuições aos seus colegas, ignorando sua existência”, afirma Janaina Ferreira. É comum que o chefe comece a transferir a esse funcionário tarefas de pouca importância, de assuntos que ele não domina ou passe a exigir metas impossíveis. O objetivo é mesmo que a pessoa não mostre boa performance, o que gera um motivo concreto para reclamar do seu desempenho, dentro e fora da equipe. “Com a minimização dos resultados, os demais começam a fazer ‘brincadeiras’ sobre a importância de seu trabalho para empresa”, diz a coaching Daniela do Lago.

Boicotes estratégicos
O colaborador recebe todo tipo de informação sem importância, mas os dados essenciais não chegam mais até ele. “O profissional começa a se sentir excluído de tarefas importantes. Percebe que suas decisões não são acatadas e precisa brigar para que as coisas aconteçam”, diz Branca Barão. Ele passa a não ser convocado para as reuniões e, se participa de alguma, sua opinião não é solicitada ou é descartada pela chefia. Seus resultados, mesmo que positivos, são invisíveis. Para Daniella Correa, consultora de Recursos Humanos da Catho Online, outro sinal é quando os gestores enchem os outros colegas de elogios, tanto em relação à produtividade, quanto ao comprometimento com a companhia.

Incompatibilidade de ideias ou valores
“As ideias não são aceitas pelo grupo nem pelo superior. O funcionário começa a observar que suas prioridades estão desalinhadas com as do chefe. Isso demonstra falta de sintonia”, afirma a coaching Daniela do Lago. O próprio funcionário também não demonstra mais valores alinhados com os da empresa. “Ele se sente visivelmente incomodado com as atitudes dos demais na organização e não concorda com a forma com que os negócios são conduzidos”, diz Daniela.

Ausência de broncas
Se você cometeu um grande erro e esse fato foi deixado no “vácuo”, sem uma conversa a respeito, isso não significa que a chefia relevou o equívoco. “Pelo contrário: se seu gestor não o chamou para discutir o ocorrido com o objetivo de evitar que novos problemas aconteçam, mau sinal. Pode ser que essa seja a causa, não de um feedback, mas de uma demissão”, diz Branca Barão. Quando a empresa não se preocupa em corrigir enganos de rota de seus colaboradores, é porque, na verdade, não se preocupa com a trajetória que estão firmando.

Equipe em expansão
Para a especialista Daniela do Lago, quando começam a surgir boatos (a maioria tem um fundo de verdade) sobre a contração de mais gente para equipe, é bom ficar de olho: provavelmente alguém vai rodar. “O sinal mais evidente é ver um anúncio confidencial sobre uma vaga que descreve o seu trabalho. Quando a situação chega a esse ponto, não há mais muita coisa a fazer. Prepare-se e espere a notícia chegar”, diz a coaching.

SAIBA REVERTER A SITUAÇÃO
1. Primeiro, questione se você realmente quer reverter esse quadro. “Muitas vezes, quando a situação chega a esse ponto, o profissional já está cansado de seu trabalho e de sua equipe e a demissão pode representar um alívio”, afirma Branca Barão.
2. Confira sempre com seu superior se vocês estão na mesma sintonia, checando as prioridades e o que é mais importante para a empresa.
3. Questione e pergunte regularmente sobre seu desempenho e trabalho. Peça feedback sobre suas ações e esteja aberto para ouvir e aceitar pontos de melhoria.
4. Busque realizar seu trabalho da melhor forma e cumprir as metas, mas, antes de mais nada, preste atenção em seus relacionamentos e saiba ouvir sua liderança.
5. Ser um profissional melhor e permanecer na empresa muitas vezes significa se tornar uma pessoa mais agradável de conviver e gerar menos problemas de relacionamentos.
6. Proponha projetos embasados em pesquisas, estudos e, sobretudo, números.
7. Não fique de boca fechada nas reuniões. Mas evite dizer frases vazias: embase sempre suas opiniões.
8. “Caso receba uma nova proposta para permanecer na organização, é importante que se dedique e sempre leve em conta o que lhe foi apontado”, diz Daniela do Lago. “A partir daí, crie uma nova imagem sobre seu comportamento, postura e comprometimento com os resultados da empresa.”