Macro, nesse contexto, significa pensar num horizonte maior do que simplesmente um ano. É estruturar um planejamento estratégico e comercial do negócio para um horizonte de no mínimo três anos e que seja compreendido por todos os integrantes da empresa franqueadora e que, de certa forma, seja conhecido na sua essência pelos franqueados que compõem a rede.
Por Praxis Education
Micro, para o franqueado, significa que as estratégias de médio e longo prazo são responsabilidades da franqueadora estruturar e comunicar para a Rede, para que essa possa desenvolver os seus planos para o período mínimo de um ano. Pensar micro, em hipótese alguma, se refere ao fato de o franqueado pensar menos, e sim pensar na sua localidade, na sua praça, na sua franquia.
Planejar, por mais fácil que possa parecer, traz diversos obstáculos (às vezes claros, outras vezes nem tanto), e o principal é a cultura de planejamento já existente na rede, principalmente quando estimulado e praticado pela própria franqueadora.
Nas Redes em que a franqueadora e sua equipe tem dificuldades de realizar planos para os seus negócios, são mais complicadas de se implantar as ferramentas de planejamento dos negócios junto aos franqueados do que outras que já estão mais aculturadas nesse sentido.
“Aprender é uma aventura simultaneamente dolorosa e prazerosa. Envolve o abandono de modelos que nos foram caros, desequilibra certezas e traz a ansiedade do novo.”
Esse trecho, escrito por Cláudia Costin, ex-ministra da Administração, foi extraído do prefácio do livro de Marisa Éboli (Educação Corporativa no Brasil, mitos e verdades) e reflete claramente os desafios do aprendizado e da transmissão de conhecimento pelas empresas franqueadoras no Brasil, criando um ambiente propício para essa situação.
A dificuldade de tornar o planejamento um processo sistemático em toda a rede está relacionada diretamente a cultura empresarial que durante anos existiu no empresariado brasileiro, de falta de métodos e disciplina na gestão dos negócios. Dessa forma, criar processos e métricas de avaliações de desempenho pela franqueadora torna-se fundamental para a perenidade do negócio e, por consequência, para o sucesso de toda a rede de franquias. Além disso, criar ambientes de confiança facilita essa troca de ideias e ampliação do conhecimento, pois acreditamos que onde há confiança, também há mais tolerância no relacionamento.
O contrário também é verdadeiro, ambientes que sejam hostis ou que tenham muitos conflitos que não foram efetivamente resolvidos geram uma desconfiança muito grande e causam grandes transtornos na condução dos negócios e, muitas vezes, superando a racionalidade dos negócios, por se tratar de relações humanas com terceiros (franqueados) que juridicamente são interdependentes e que podem, a qualquer momento, questionar determinados posicionamentos, gerando um desalinhamento entre todos os integrantes.
“À medida que o franqueador age e constrói a sua confiança empresarial, ele estará em posição muito melhor para lidar com situações difíceis”. (Greg Nathan, Profitable Partnerships).