Quero escrever autoajuda, tem alguma dica? Claro!
Mas antes vamos fazer um passeio por esse mercado.
O mercado da autoajuda, que na verdade é o mercado de autoaperfeiçoamento, entre os EUA e a Inglaterra movimentam cerca de 14 bilhões de dólares americanos ao ano. Só que não é a mesma indústria da década de 90, por exemplo.
Hoje, o que aconselho a geração futura de gurus, palestrantes e especialistas das suas «indústrias» é que precisam – e muito — serem mais responsável com o que oferecem a os leitores, consumidores da literatura de autoaperfeiçoamento (autoajuda, autodesenvolvimento e how-to).
Os leitores, mais que nunca, exigem resultados práticos e um retorno do tempo investido na leitura e aplicação dos princípios, práticas ou conselhos, bem como, estão consciente de que tempo é, sobretudo, dinheiro. Os leitores da última década descobriram que programas e filosofias, como a “lei da atração”, foram princípios prometidos, mas, simplesmente, não funcionaram para eles. Isto é, os genuínos livros de autoaperfeiçoamento vendem bem, os velhos «abracadabra», cada vez menos.
Primeiro, é uma indústria muito diversificada, inclui uma variedade de segmentos de mercado, dos institutos holísticos e esotéricos aos infomerciais – gente que escreve um livro para se promover ou promover a sua empresa –, livros de palestrantes motivacionais, livros que repetem o que assiste em seminários, treinamento pessoal, educação, perda de peso e programas de gerenciamento de estresse e truques para melhor gerir a sua vida pessoal ou empresarial. Basta colocar as palavras «líder» e «liderança» no Google e ver por si mesmo o que digo. Espera-se que este mercado cresça continue a atingir uma média de 5,5% de ganhos por ano. Quem hoje não tem um livro publicado para alavancar o seu negócio, pode NÃO TER NEGÓCIO.
Dica quentíssima:
Se você ministra seminários ou é um palestrante público, sem livro você tem credibilidade zero. ZERO, nada, nenhuma. Se pensa em entrar nesse mercado, sugiro que já tenha o livro, ou os livros. Os seminários de treinamento «ao vivo» são um negócio incrível, de 500 milhões de dólares ao ano nos EUA, quase o mesmo na América Latina, mais de 1 bilhão na Europa. Embora tenha havido um declínio nos últimos anos devido aos custos de viagem, ainda é um mercado crescente. Entretanto, webinários estão agora se tornando mais popular, com menor custo, com disponibilidade a qualquer hora do dia. Só que, a figura do palestrante «local» está desaparecendo. Por exemplo, se eu desejar, posso me projetar em 3D, a partir do meu estúdio, para qualquer parte do mundo. A restrição é a língua (no meu caso, trabalho em inglês, português ou espanhol), que a cada dia torna-se menos uma barreira. O Skype, por exemplo, já me traduz para o Alemão e Japonês. Serve para uma reunião e até mesmo um hang-out, mas em breve servirá para uma tradução simultânea boa o bastante para que eu ofereça seminários online, ao vivo, para todas as principais línguas do mundo. Daí, o bom mesmo é ter o livro e já pensar em traduzi-lo. Se você trabalha com pacotes de programas de autoaperfeiçoamento por meio de novos formatos de entrega, como áudio, vídeo e internet. A venda de um livro físico ou a entrega de um e-book é essencial. Se não o fizer, o concorrente o fará. Aqui repito: sem o livro você não tem credibilidade. E quem diz isso não sou eu, é o mercado.
Você está buscando sobre o que escrever e para quem? A lista de dez fatos a seguir, ajudará a fornecer também as principais tendências do autoaperfeiçoamento.
- O novo público alvo são mulheres.
- A indústria ainda está crescendo embora mais lentamente, você deve estar bem mais por dentro do assunto sobre o qual vai escrever.
- Livros Infomerciais trazem um maior volume de vendas. É melhor que um anúncio na TV ou nas mídias sociais. (Livro traz credibilidade, anúncio, não.)
- O materialismo vendo pouco o espiritualismo vende muito.
- Mais de 13 milhões de livros de autoajuda para melhorar os relacionamentos foram vendidos em 2017. E ainda há muito sobre o que escrever, principalmente para o mercado que chamamos de «modern family», grupos familiares que fogem do convencional do século passado. Hoje divórcio não é mais só de casais heterossexuais, por exemplo; o número de mães e pais solteiros é crescente etc.
- 18 mil coaches são registrados e muitos mais trabalham APENAS nos Estados Unidos. Quase o mesmo número se aplica ao Brasil. Os com livros mais conhecidos tendem a ser mais bem-sucedidos.
- Quanto mais simples for o título, melhor vende. Quanto mais bem-estruturado o livro, mais credibilidade traz.
- Os homens raramente compram autoajuda, mas compram qualquer bobagem sobre liderança, ganhar dinheiro fácil ou melhor administrar uma empresa.
- Embora o mercado de autopublicação cresça, autopublicar pode ter o efeito contrário para profissionais gabaritados.
- Este é um mercado muito rentável para os profissionais de saúde mental.
Por que esse é um mercado tão grande?
É que as estórias que contamos a nós mesmo e aos outros falam dos nossos problemas ou soluções subconscientes. Temos vários níveis de comunicação, mas alinhar e verbalizar uma estória são os mais primordiais de todos. Podemos narrar a mesma estória com o foco no problema ou com o foco na solução. Repito o que disse já na primeira lição: remodele a sua estória e remodelará a sua “excelência humana”. Em miúdos, quanto mais conhecer de estória para entender as estórias de sua vida, mas fácil será reinterpretá-las e transformá-las. Nós nos contruímos a partir das estórias. Se a nossa estória vai mal, um bom livro poderá ajudar a resolver. Pois a estória que você “narra” sobre si mesmo fará com que os outros reajam, esta reação será consequência direta de como você pensa, entende, alinha e expressa as próprias estórias que lhe afetam a vida.
Já passou pelos problemas e encontrou uma solução? Desenvolveu um método?
Não deixe para depois…
Escreva um livro!
Claro, quando digo «escreva um livro», para muitos, parece algo complicado e distante. Mas não é! Trabalho com dezenas de autores a cada ano, muito mais da metade acabam sendo autores bem-sucedidos, cujos livros tornam-se uma mais-valia no seu campo de atuação.
Para estruturar a sua estória de autoaperfeiçoamento, a base é a mesma que usamos para estruturar um romance ou uma apresentação. O segredo está em como abordamos partes dos três aspectos da estrutura.
Na estrutura subjacente, para delinear o objetivo / obstáculos / desfecho de uma cena, por exemplo, evite calcá-los em questões como:
- O que está errado?
- Quão grande é esse problema?
- Há quanto tempo o problema está acontecendo?
- Por que não o resolvi ainda?
- Por que eu o tolero?
- Qual é o pior exemplo desse problema?
- De quem é a culpa?
Essas perguntas, ou focalizam no passado, ou no presente. Elas também fazem com que você fique completamente associado ao problema e se sinta mal com isso. Em vez disso, faça perguntas tais como:
- O que eu quero?
- O que eu quero em vez da situação atual?
- Que recursos tenho para conseguir?
- Como eu me sentirei quando resolver o problema?
«EU» aqui, entenda-se «o leitor», o consumidor deste gênero literário.
A reflexão sobre a estrutura subjacente é mais do que uma reflexão sobre a solução. Uma vez que tenha definido o problema, terá criado um objetivo que vislumbrará o futuro, isso levará o leitor em direção à solução de uma maneira estruturada. Se se pensar bem nos recursos e estiverem claro no livro, os obstáculos serão realisticamente enfrentados com ferramentas que o leitor sabe que possui e o “desfecho” será adequado, deixando o leitor com a sensação de ver o problema equacionado. E o seu livro será um sucesso.
Já escreveu o seu livro e quer apenas editar para tentar a publicação por meio de uma agência que apresentará você a uma editora?
Aqui então, para finalizar, seguem mais dez dicas desta nossa «conversa» de hoje. No McSill Story Studio cuidamos para que os nossos autores não caiam nessas armadilhas, muito fáceis de serem sanadas, já na McSill Agency International cuidamos para não aceitar autores que cometem esses erros básicos.
- Cuidado com a palavra não, a frase que contém “não”, para ser compreendida, traz à mente o que está junto com ela. O “não” existe apenas na linguagem e não na experiência. Por exemplo, pense em “não”… (não vem nada à mente). Agora vou lhe pedir “não pense na cor vermelha”, eu pedi para você não pensar no vermelho e você pensou. Procure falar no positivo, o que você quer e não o que você não quer;
- Cuidado com a palavra mas, ela nega tudo o que vem antes. Por exemplo, “o Pedro é um rapaz inteligente, esforçado, mas…”. Substitua “mas” por “e” quando indicado;
- Cuidado com a palavra tentar que pressupõe a possibilidade de falha. Por exemplo, “vou tentar encontrar com você amanhã às 8 horas”. Tenho grande chance de não ir, pois, vou “tentar”. Evite “tentar”, faça;
- Cuidado com as palavras devo, tenho de ou preciso, que pressupõem que algo externo controla sua vida. Em vez delas, use quero, decido, vou;
- Cuidado com não posso ou não consigo, que dão a ideia de incapacidade pessoal. Use não quero, decido não, ou não podia, não conseguia, que pressupõe que vai poder ou conseguir;
- Fale dos problemas ou das descrições negativas de si mesmo utilizando o verbo no tempo passado. Isto libera o presente. Por exemplo, “eu tinha dificuldade de fazer isso”;
- Fale das mudanças desejadas para o futuro utilizando o tempo presente do verbo. Por exemplo, em vez de dizer vou conseguir, diga estou conseguindo;
- Substitua se por quando. Por exemplo, em vez de falar “se eu conseguir ganhar dinheiro vou viajar”, fale “quando eu conseguir ganhar dinheiro vou viajar”. Quando pressupõe que você está decidido;
- Substitua espero por sei. Por exemplo, em vez de falar, “eu espero aprender isso”, fale “eu sei que eu vou aprender isso”. Esperar suscita dúvidas e enfraquece a linguagem;
- Substitua o condicional pelo presente. Por exemplo, em vez de dizer “eu gostaria de agradecer a vocês”, diga “eu agradeço a vocês”. O verbo no presente fica mais concreto e mais forte.