Saber comunicar-se bem é essencial à arte de vender ideias. No entanto, essa afirmação, um tanto quanto óbvia, poucas vezes é alcançada pela maioria das pessoas que têm de usar dessa ferramenta (a comunicação) em seu dia a dia e que dependem dela para o convencimento de outras pessoas. Seguem então algumas regras que te farão refletir melhor sobre como você se comunica.
Por João Lucio Neto, autor do livro A Arte de Vender Ideias
As consequências da comunicação deficiente são: isolamento (silêncio, tristeza), pensamentos negativos (ó dia, ó vida), ações precipitadas, indução aos vícios (para amenizar as tensões e contrariedades), tendência à agressão etc.
O que nunca devemos esquecer é que a comunicação é um ato normal e necessário das pessoas. Jovens e velhos, sadios e doentes, ricos e pobres, palmeirenses ou corintianos, instruídos ou incultos, todos temos necessidades de estar em contato com os outros, permutando valores, trocando experiências e simpatias, entendendo-nos sobre os problemas da vida e, acima de tudo, ajudando-nos mutuamente a resolvê-los.
Precisamos entender também que existem boas regras de comunicação, cujo conhecimento está ao alcance de todos. Basta aplicá-las:
- Não interromper o interlocutor – Existe um consenso entre as pessoas educadas que é de péssimo gosto interromper quem está falando, mesmo com os usuais “com licença” e “perdão”. A pessoa que está usando a palavra é que deve saber quando se calar para poder ouvir a opinião do outro.
- Evite falar só sobre si mesmo – Quem quer ter a si próprio como centro de todas as atenções torna-se antipático e petulante.
- Evite as conversas de um único tema – Por exemplo, tem gente que só sabe falar sobre negócios. Nós todos devemos exercitar a capacidade de diversificar nosso campo de interesse para poder perceber também os interesses dos outros.
- Cuidado com os temas polêmicos – Ao falar sobre política, religião, futebol, gostos pessoais, cuidado para não ser inconveniente nem faltar com o respeito às convicções alheias.
- Mantenha uma conversa equilibrada – Conversa equilibrada é aquela em que ambas as partes falam e ouvem alternadamente, em proporção mais ou menos equivalente.
- Evite os comentários sobre doenças – Quando necessário, procure falar sempre em tom animador.
- Seja objetivo naquilo que fala – Respeite o tempo de quem ouve. Na narração de casos, evite os detalhes dispensáveis, como, por exemplo, deter-se para procurar lembrar de nomes ou de datas precisas, quando isso nada acrescenta ao interesse da narrativa.
- Evite os excessos de gestos – Evite também movimentar muito o corpo, bem como as gargalhadas ruidosas.
- Evite o uso excessivo de gírias – Embora muitos usem gírias até de forma engraçada, se você preza sua imagem e relacionamento, evite usá-las com freqüência. Para você ter uma idéia de como isso pode afetar o processo de venda de idéias, eu cito um exemplo tirado de um fórum de debates pela Internet. Por motivos éticos, estou omitindo o nome do autor. Veja só: “Parece que o pessoal da geeklândia quer começar a se mexer para fazer um cliente no estilo do Audiogalaxy para a rede do Gnutella. Eu acho ótimo esse lero, apesar de não saber escrever uma linha de código de qualquer tipo, mas se os brothers quiserem ajuda na criação da arquitetura de informação da interface, estamos aí. O KazzaLite é bem passavelzinho, mas faltam várias features que o Audiogalaxy tinha. Também acho que não é uma questão de dar um look na próxima onda, mas de se construir algo novo, baseado na maravilha que o falecido programinha era e dar mais um tanto de dor de cabeça pros malas da gringolândia, que acham que música e cultura são tão monopólios deles como a Moco$hoff acha que o Windows é um sistema operacional. Como diz o outro: existem 10 tipos de brothers, os que entendem aritmética binária e os que não entendem.”
Entendeu?
Essas simples normas de conduta devem ser observadas por quem deseja cultivar os seus relacionamentos. Não é necessário “falar bonito” ou “chamar a atenção” para impressionar os outros. Basta falar bem, comunicar-se com simplicidade, usando a sinceridade como requisito básico do diálogo, porém, sempre procurando evitar que a sua franqueza e falta de segurança sejam motivo de indelicadeza com o interlocutor.
Sobre A Arte de Vender Ideias
Fruto de uma extensa pesquisa bibliográfica, do contato com palestrantes e participantes em seminários e congressos sobre comunicação, de entrevistas, depoimentos e pesquisas junto a dirigentes e executivos de diversos tipos de organizações e da própria experiência do autor, A Arte de Vender Idéias contém um conjunto de informações práticas sobre o uso de técnicas consagradas de vendas de idéias, aplicadas à melhoria do processo de comunicação interna das organizações.
Seu objetivo é desmistificar a comunicação empresarial, oferecendo uma série de sugestões e conselhos práticos para melhorar a venda de idéias dentro das empresas e apresentando instrumentos testados e aprovados que ajudam o leitor a fazer o que for necessário para mudar o sistema de comunicação interna.
Oferece ao executivo condições para torná-lo capaz de ouvir e compreender os outros, analisar a qualidade das informações recebidas e expressar suas idéias e decisões, de modo a eliminar as barreiras da comunicação, estabelecer um clima favorável na sua equipe e, dessa forma, favorecer as decisões e mudanças exigidas pelos tempos atuais.
A Arte de Vender Idéias vai além da simples teoria, mostrando técnicas práticas que o leitor poderá aplicar diariamente em seu trabalho.