A vida de livre empreendedor pode atrair muito. A lista de motivos é extensa: Liberdade profissional, controle da própria agenda, o controle e a condução dos rumos do próprio trabalho, a garantia de não ser descartado do mercado quando atingir mais de cinquenta primaveras, a possibilidade de ganhos substanciais, etc, etc, etc.
Por Gustavo Chierighini, fundador da Plataforma Brasil Editorial e membro do conselho editorial da DVS Editora.
De fato tudo isso é verdade, mas o contexto do empreendedorismo é significativamente mais complexo, e nessa hora é necessário observar o outro lado da história, repleto de ameaças e variáveis incontroláveis. É isso, nada é perfeito.
Portando, não precisamos de bolas de cristal, nem de videntes e muito menos de gurus do blá, blá blá para sabermos que uma das melhores formas para se fazer frente ao incontrolável é um boa liquidez financeira. Sei que não é coisa fácil, mas se não a temos, ao menos podemos ser econômicos na hora de empreender.
Seguem então algumas dicas para quem está começando, e sente calafrios ao pensar nas despesas iniciais:
1) Tente iniciar sua vida de empresário com negócios que demandem o mínimo de investimentos em equipamentos, estoques e estruturas comerciais ou de processamento onerosas;
2) Olhe com carinho para as atividades que podem nascer da sua própria qualificação profissional;
3) Ao montar seu modelo de negócios, pense nas estruturas de soluções que sua capacitação pode desenvolver e oferecer;
4) Não se importe em começar com estrutura mínimas. Admita a possibilidade de trabalhar em um “home office”, desde de que tenha disciplina para tanto e não seja seduzido pela proximidade da geladeira ou da cama do seu quarto;
5) Analise os serviços de escritórios virtuais disponíveis. Em alguns deles, você poderá contratar a recepção personalizada de uma telefonista que lhe encaminhará os recados, e locar sempre que necessário uma sala para reuniões;
6) Desenvolva parcerias estratégicas com empresas mais consolidadas e bem instaladas, a partir de uma relação de complementariedade. Isso permitirá o compartilhamento de ambientes corporativos estruturados, além de possibilitar o intercâmbio técnico entre equipes;
7) Estude as várias opções de serviços de telefonia e internet. Elas estão disponíveis para todos os bolsos, mas sem uma boa pesquisa é impossível contratar corretamente;
8) Tome cuidado com os custos mensais constantes, ou custeio para os mais clássicos. São eles que podem fragilizar a sua sustentação financeira caso não conte com entradas mensais também recorrentes;
9) Desenvolva soluções que uma vez comercializadas tragam remuneração constante;
10) Trabalhe para que essa solução possibilite uma atuação replicável e em escala;
11) Contrate um bom contador;
12) Tenha sempre em mente (se possível, bem documentado e formatado) o seu planejamento de negócios. Encare o momento inicial como a fase preliminar de uma história que está nascendo;
13) Esteja pronto para uma jornada de longo prazo;
14) Mas desenvolva fontes de receita para o curtíssimo, o curto, e o médio ou longo prazo;
15) Reúna parceiros de confiança, e que compartilhem ideias parecidas. Juntos serão mais fortes e institucionalmente mais respeitados;
16) Faça contato com ambientes que reúnam pessoas como você, e se aproxime de instituições que apoiem o empreendedorismo. Desse conjunto podem nascer boas parcerias, os primeiros contratos e soluções interessantes;
17) Seja disciplinado e cuidadoso com a sua disponibilidade de tempo, uma vez que terá que se multiplicar por muitos, a não ser que deseje bancar o custo fixo de dois ou três colaboradores. Nunca a máxima “tempo é dinheiro” fará tanto sentido.
Boa sorte e até o próximo.
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