Por: Gustavo Chierighini, publisher da Plataforma Brasil Editorial e membro dos conselhos editoriais da DVS Editora e da Revista Criática.
Meus caros, não deixa de ser um clichê a afirmativa de que sem engajamento não há produtividade. É óbvio e recorrente. Será mesmo?
O fato é que você pode reunir os melhores, mais comprometidos e inventivos profissionais, contudo, caso não se sintam engajados (de verdade, e sem blá-blá-blá corporativo) a sua produtividade e, consequentemente, a performance do seu negócio sofrerão.
Pode ser possível que você não perceba esse movimento, caso a sua empresa esteja apresentando bons resultados, mas o questionamento deveria ser: até onde eu poderia ter isso com um engajamento profundo e duradouro?
E é a partir dessa abordagem que elaborei as dicas a seguir:
01. Estabeleça objetivos claros, dimensionáveis e com parâmetros de desempenho bem especificados. Isso fornece o “norte”, a direção para a qual a equipe deve rumar. Preocupe-se em desenvolver isso com cuidado e precisão, afinal, algo tão importante não pode mudar a todo tempo. É preciso que seja algo mais permanente e bem comunicado;
02. Abra um leque de metas e submetas envolvendo toda a equipe, criando assim uma rede de colaboração, em que a contribuição de cada um é essencial para o êxito do conjunto. Isso cria a sensação de interdependência necessária para o engajamento, além de permitir a implantação de um coerente sistema de bonificação. É também a base operacional para um modelo meritocrático;
03. Ainda sobre meritocracia, vale dizer que valorizar o mérito confere peso ao esforço individual em benefício do coletivo e evita injustiças como a possibilidade de um camarada acomodado e descompromissado com a operação acessar os mesmos benefícios remuneratórios daqueles engajados e comprometidos. Sem meritocracia, não haverá engajamento que perdure;
04. Entenda que por mais compromissadas que estejam as pessoas da sua equipe com o projeto e seus objetivos principais, antes e em primeiro lugar sempre estarão os objetivos pessoais e o legado individual que se constrói. Não caia na tentação do bobajal corporativo, em que candidatos afirmam nas entrevistas – mesmo que com mensagens subliminares – que se anularão em prol da empresa onde querem trabalhar. Isso simplesmente não existe. Sendo assim, facilite ao máximo para interconectar a necessidade de construção de um legado individual com a construção do legado do seu negócio. Não é fácil, mas caso obtenha esse estado, poderá chamá-lo de estado da arte do engajamento. Um bom caminho é o reconhecimento moral (mesmo sem remuneração e, “pelamordedeus”, sem quadrinhos na parede) pelos feitos e realizações;
05. Construa um ambiente de respeito entre as distintas gerações, onde a diversidade possa coexistir para além da retórica do politicamente correto (essa chatice), mas onde o indivíduo é realmente respeitado.
06. Abandone o blá-blá-blá motivacional e trate os seus colaboradores como adultos preparados e fortes como de fato devem ser, ou deveriam estar tentando ser (a fortaleza interior é uma luta permanente, nunca se está absolutamente pronto).
Até o próximo.