Mais do que isso, rogo por uma atitude que ultrapasse o patamar das reclamações comuns, mas que traga engajamento, união, e profundo sendo de participação do empresariado que com o seu esforço, suor, disposição ao risco e capacidade para enfrentar intermináveis finais de semana e horas mal dormidas, tocam para frente o desenvolvimento econômico, não obstante o sempre assustador panorama de riscos, a interminável e modorrenta burocracia nacional, uma das maiores taxas de juros do mundo e a nossa tradicional e acachapante carga tributária sem retorno.
É essa a minha cobrança. Confesso o meu cansaço com a eterna ladainha sobre liderança, motivação e o blá, blá, blá politicamente correto com suas frases de efeito sobre o mundo socialmente responsável, sem contar com a chatíssima retórica corporativa sempre acompanhada de novas modinhas de ocasião.
Afirmo aqui, para não polemizarmos desnecessariamente, que sou totalmente a favor da atitude socialmente responsável, até por observar nela um pilar de sustentação do sistema. (sobre as modinhas, as deixo aos aficionados) Mas questiono: Não seria justamente o cuidado, a vigilância, a ativa fiscalização e o efetivo envolvimento nas questões públicas uma excelente forma de exercer a responsabilidade social, justamente por se tratar de um complexo de políticas e ações governamentais financiadas e sustentadas pela tributação de quase um terço de tudo o que produzimos?
Qual é a vantagem de nos colocarmos ficticiamente em um universo paralelo de empreendedorismo, busca incansável por eficiência, inovação, competitividade e senso politicamente correto, mas ao mesmo tempo adotarmos a total condescendência, resignação e abandono com tudo aquilo que pagamos ao Estado e suas resultantes em políticas públicas e sociais?
Não seria essa uma excelente atitude socialmente responsável dotada de absoluta sustentabilidade?
Não podemos mais nos esquivar dessas questões. Precisamos com urgência sair da toca na qual fomos colocados (ou na qual nos colocamos) e assumirmos efetivamente esse papel. E que não existam dúvidas sobre o apoio da sociedade civil como um todo, empreendedora ou não. Ela está cansada, farta, aborrecida e ansiosa pelo Brasil Potência que sem dúvida se constrói e se solidifica a cada dia, mas não suporta mais apenas servir com seu trabalho. Ela quer ser servida, e com qualidade, pela estrutura que os seus impostos sustentam.
E que também não existam ilusões. Não haverá potência econômica livre e democrática, que sobreviva a omissão da parcela social geradora de riquezas.
Até o próximo!
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