Por: Gustavo Chierighini, publisher da Plataforma Brasil Editorial e membro dos conselhos editoriais da DVS Editora e da Revista Criática.
Caro leitor, você já fez o questionamento se por acaso a sua personalidade se enquadraria em um perfil do tipo “pessoa muito complicada”? É possível que não, o auto-questionamento não é algo fácil numa época de tantras “certezas absolutas”, clichês e dogmas. Outro dia li soube um “especialista” que prometia com sua assessoria tornar as pessoas imbatíveis. Me desculpem os crédulos, (gargalhadas) mas nem Obama ou Putin são imbatíveis.
Talvez você já tenha se questionado sobre isso, e concluído que o seu perfil não é esse. É possível que não seja mesmo, mas caso contrário é bem provável que não tenha ainda tomado consciência dessa realidade, ou eventualmente não possa assumir seu perfil para você mesmo. O fato é que pessoas muito complicadas raramente se dão conta do porre que representam.
Contudo, não há como escapar da sentença de que mais cedo ou mais tarde terá de enfrentar um tipo assim (mesmo que ele seja você mesmo. Não descarte essa possibilidade).
Nesses dias, conversava com uma grande amiga, Ester. Empreendedora digital, artista plástica, mãe, guerreira do cotidiano, vítima do transito de São Paulo. Em resumo, alguém sem tempo para perder. E ela me contava sobre um entrevero complicado com um cliente muito difícil, e que se excedeu ao longo de um processo operacional que deveria ser muito simples, ou nem mesmo existir (O negócio de Ester opera com escalabilidade, e ali não há espaço para conversas personalizadas), mas graças à temperatura da discussão, acabou por colocar ela mesma em um estado de esgotamento, perdendo a paz e a paciência.
E é inspirado nessa história, que descrevo abaixo algumas dicas para se lidar com “pessoas muito complicadas”, que invariavelmente – sem alguns cuidados – podem matar o seu precioso tempo e aniquilar a sua produtividade.
Vamos lá:
01. Antes de tudo saiba distinguir personalidades complexas e temperamentos difíceis de chatos e impertinentes. O segundo caso merece o mínimo de tolerância (sim, não sou politicamente correto);
02. Combata o desperdício de tempo. E caso você esteja tocando uma operação que depende de escala, pré-estabeleça o tempo máximo que será dedicado a um embate chato;
03. Tenha paciência e estabeleça diálogos construtivos com isenção de posicionamento, respeito diante de argumentações discordantes e colocações bem estruturadas. Isso tende a disciplinar relações intelectualmente agudas.
04. Não se engane, em alguns casos você terá de ceder. Aprenda a fazer isso com o mínimo de prejuízo;
05. Não insista em discussões acaloradas, que rodam em círculo. Caia fora enquanto é tempo, e retome o assunto em nova oportunidade, preferencialmente com exemplos concretos e argumentos ainda mais contundentes;
06. Não aceite provocações infantis;
07. Saiba apaziguar ânimos em momentos de grande tensão. Faça cair a temperatura dos debates, para que a razão e o bom senso volte a imperar;
08. Esteja sempre preparado com uma boa estrutura de argumentos, exemplos concretos e tudo aquilo que ajude a mensurar suas colocações;
09. Por último, saiba encerrar e não “alimentar” conversas improdutivas dotadas do componente emocional. Se preciso for, liquide o assunto completamente, com firmeza, mas sem excessos.
Até o próximo.