Por: Gustavo Chierighini, fundador da Plataforma Brasil Editorial e membro do conselho editorial da DVS Editora.
Meus amigos, toda satisfação originada nos estímulos, na realização pessoal e na sensação de ser o condutor do próprio nariz que o empreendedor eventualmente possa experimentar, não elimina a faceta difícil, extenuante e repleta de riscos que a vida empresarial carrega na sua origem.
Noites mal dormidas, momentos de grande aflição e alguma ansiedade são absolutamente comuns. São na verdade sentimentos naturais que fazem parte da vida de quem assume as próprias rédeas, contudo, em fases como a atual – com estagnação econômica e baixíssimas perspectivas – é sempre um pouco pior. Mas isso faz parte, é inerente ao “jogo”.
Um “jogo” que pode avançar sem solavancos – principalmente para os pequenos e micro negócios, uma vez que quase sempre podem contar com um bom espaço para crescer, aparentemente blindados dos ventos econômicos – mas que também pode virar de uma hora para outra, com ou sem aviso prévio.
O fato é que viver o empreendedorismo é viver perigosamente, e convenhamos, você não pretende ser pequenino ou micro para o resto da sua vida empresarial. Então meu caro, para enfrentar com o mínimo de danos essa gangorra de riscos, oportunidades, êxitos e derrocadas, destacamos um conjunto de conceitos, ideias e atitudes, que visam fortalecê-lo para encarar qualquer circunstancia.
Vamos lá:
01. Pratique uma gestão de caixa rigorosa, projetada preferencialmente em 5 anos, considerando as regras do negócio e dos vetores de risco de maior impacto. Produza cenários realistas;
02. Conte com um bom planejamento estratégico, livre de complexidades baratas ou cosméticas, mas absolutamente integrado com uma lista detalhada de ações;
03. Pense sempre no futuro e tente projetar cenários, essa história de “deixa a vida me levar” é coisa para refrão musical. Não abdique de pensar nos riscos e obstáculos que potencialmente poderão vir. Seja pragmático e incentive isso na sua equipe;
04. Não, enviar energias positivas e otimistas quanto ao futuro de nada vão ajudar. No lugar disso seja pragmático, sem deixar de acreditar na capacidade da sua equipe e na sua própria (se existirem motivos concretos para isso, naturalmente). Se estes motivos não existirem, não perca tempo e faça logo um exercício autocrítica. (Não aceitar críticas ou não admitir incapacidades são coisas que estão mais para governos “nervosinhos” incapazes de conviver com análises contrárias feitas pelos analistas independentes dos bancos, do que para empresários como você que buscam o triunfo);
05. Fuja de sofistiquismos de gestão ou modinhas de última hora, e busque a eficácia da execução de um planejamento bem feito, e a produtividade operacional. Simples, assim, sem enrolação ou perfumarias desnecessárias;
06. Inove com personalidade, observe as tendências, tire suas próprias conclusões – e tenha coragem para isso, mesmo que o senso comum indique caminhos diferentes – e execute as mudanças, calibragens e transformações (no modelo de gestão, na direção da empresa e na composição de produtos e serviços) aplicáveis;
07. Opera com metas claras, atingíveis (portanto levadas a sério por você e sua equipe), e com responsabilidades claras para o seu atingimento. Efetive o monitoramento constante desse processo;
08. Mantenha vivo o senso crítico, e fuja de euforias econômicas sem sentido. A econômica sempre será cíclica, e ao longo do curso de um ciclo (seja ele bom ou péssimo), precisamos nos preparar para o próximo que virá;
Por último, sugiro avançar com entusiasmo, aconteça o que acontecer, sem ilusões, e mantendo um certo ceticismo saudável guardado no bolso. Use-o para não cair nas roubadas que a “manada” costuma propalar.
Boa sorte.