O acadêmico Cláudio Queiroz lista algumas recomendações para as empresas, gestores e colaboradores evitarem o impacto da inveja no trabalho. Confira!
Artigo originalmente publicado em Portal HSM
É comum escutarmos nas organizações expressões envolvendo a preocupação dos funcionários com qualidade de vida e sentido do trabalho. Ao mesmo tempo, nos deparamos com ambientes ainda cheios de contradições e desequilíbrio emocional.
Sim, temos nestes locais um elevado número de pessoas com depressão, ansiedade, frustração, insegurança, tristeza, desanimo e inveja. Portanto, a inveja é uma das “doenças” presentes na sociedade que também habita o mundo organizacional.
Em meio a tudo isto, surge alguém OK, comprometido, competente, com vontade de fazer diferença no dia-a-dia, disposto a fazer esforços além do comum, focado e disciplinado. Alguém que se planejou para “ser feliz”, decidido a assumir a responsabilidade por sua existência, e que optou não ser “vítima”, encontrando meios para superar as adversidades.
Tudo perfeito, se não fosse um sentimento apontado entre os sete pecados capitais denominado: “inveja”.
Inveja é “o sentimento de aversão ao que o outro tem e a própria pessoa não tem”.
O cargo, credibilidade na empresa, proximidade com as lideranças, presença em projetos especiais e desafiadores, tamanho da sala de trabalho, recursos financeiros para conduzir projetos, cidade que trabalha, quantitativo de colaboradores subordinados, admiração dos colegas, resultados satisfatórios alcançados, conhecimentos, habilidades e atitudes de um individuo. Tudo isto pode ser objeto de inveja no dia-a-dia de trabalho.
No eixo desta questão existe uma crença negativa de que o invejoso é incapaz de conseguir os mesmos resultados que o outro tem ou é, por incompetência, limitação física ou de qualquer natureza.
Diante deste quadro, é possível entender por que alguém gera tanto incomodo para algumas pessoas e quanto de sabotagem ele recebe por parte de “um colega específico” ou mesmo por parte de todo um grupo. E o “estranho” é que algumas “lideranças”, às vezes, apresentam este sentimento diante dos colegas que “se destacam”.
A pergunta “infantil” que o invejoso faz é: Por que ele e não eu?
Diante deste cenário de inveja surgem algumas perguntas:
1. o que o empregado deve fazer?
2. qual o papel das lideranças diante desta situação?
3. quais mecanismos as empresas podem apresentar ou implementar para minimizar ou extinguir este sentimento no ambiente corporativo?
No mundo real, não existe uma resposta única para dar conta da complexidade humana e dos diferentes níveis de “doença no mundo do trabalho”, entretanto algumas ações podem auxiliar a condução desta questão.
Gestores: avaliação de desempenho e feedback periódica (comunicada e discutida) com os empregados. Comunicação na definição de objetivos e critérios de reconhecimento e recompensa.
Colaborador: busca constante pelo autoconhecimento. Estar consciente que, por “um tempo”, os incomodados estarão presentes nas relações de trabalho.
Cláudio Queiroz (Professor de pós-graduação e MBA da: FAAP, FGV, FIA. Também é autor do livro “As Competências das Pessoas. Potencializando seus Talentos”, da DVS Editora)