Um dos pontos mais freqüentes que ouvi este ano no Fórum Econômico Mundial em Davos surgiu durante as discussões em que líderes empresariais revelaram que estavam ansiosos para conduzir suas organizações em uma jornada. As abordagens iam menos para um campo da trajetória linear que a maioria das empresas seguem trimestre a trimestre e muito mais na direção das viagens curvilíneas que buscamos na vida.
A todo momento, eu ouvia alguém querendo levantar a seguinte questão: a sua empresa não tem passado por uma dura jornada nos últimos três anos, durante a pior crise econômica desde a Grande Depressão? Esses diretores executivos respondiam acenando com cansado, mas com um brilho de esperança nos olhos. “Com certeza, têm. Mas se nós nos comprometermos durante está jornada, ela irá nos impedir de pular de crise em crise e nos ajudará a gerar um valor de negócio sustentável, de maneira que os nossos concorrentes não conseguirão.”
Creio que essa resposta demonstra que esses empresários hoje enxergam suas companhias não mais como empresas que “podem”, mas como empresas que “devem”.
Este Fórum Econômico Mundial definiu claramente os riscos para as empresas no século 21. O tema da conferência, “Normas Comuns para a Nova Realidade”, sublinhou que entramos em uma nova fase. Vivemos em um mundo interconectado e eticamente interdependente. Isso significa que as normas reinam (ou seja, as práticas comerciais tangíveis baseadas em valores comuns), e não mais apenas regras. A sustentabilidade do negócio não se refere mais ao que as organizações podem e não podem fazer, e sim sobre o que elas devem fazer. Normativa significa “deve”.
“Risco”, “Inovação” e “Crescimento”
Estes empresários escolheram o caminho certo a seguir e, como eles (falo de qualquer outro líder global de hoje em dia), vários se encontram nesta mesma bifurcação da estrada. Quando eu pergunto por que se comprometeram com esta viagem, eles respondem com termos do tipo “risco”, “inovação” e “crescimento”. Eu acho na citação de Einstein: “Não podemos resolver problemas usando o mesmo tipo de pensamento que utilizamos para criá-los”.
Estes mesmos empresários se tocaram de que eles não podem liderar sozinhos esse processo de sucesso sustentável no século 21. É preciso de ajuda para achar a solução para os grandes problemas – concorrência global mais intensa, a escassez de talentos, diminuição dos recursos naturais, a volatilidade geopolítica – e eles podem começar a traçar esse caminho conectando-se com seus funcionários, parceiros da cadeia de valor, governos, comunidades, e até com o meio ambiente através de valores partilhados.
A questão é que nem todos os líderes se tocaram disso, e essas pessoas ainda não estão certas de que precisam liderar suas organizações nesta jornada.
Isso porque quando esses empresários vêem qualquer sinal de melhora da economia, há uma natural inclinação em recuar para os antigos métodos e achar que tudo isso são os “negócios como eles sempre foram”.
Estes executivos continuam não convencidos de que o mundo e a economia global estão sofrendo uma mudança estrutural. Eles acreditam que o ambiente “normal” de negócios deve voltar assim que esse soluço cíclico passar.
“O mundo mudou”, defende o autor, “a popularização da tecnologia da informação tem feito do bom comportamento um fator de extrema importância porque se torna cada vez mais difícil esconder o mau comportamento. Em última análise, a única maneira de desfrutar de uma boa reputação é a ganhá-la vivendo com integridade. Nós não podemos controlar nossas histórias, mas podemos controlar a forma como vivemos nossas vidas.”