Por: Gustavo Chierighini, fundador da Plataforma Brasil Editorial e membro do conselho editorial da DVS Editora.
Caros leitores, antes de tudo, muita calma. Antes de deitarem os olhos neste texto, quero deixar bem claro que não abordarei as temáticas que envolvem o processo político sucessório de 2014, e nem mesmo tratarei aqui de qualquer expectativa, eventualmente depositada em um ou outro candidato. Para ser bem sincero, alimento pouquíssimas expectativas diante do pleito que se aproxima.
E neste preâmbulo pego impulso para o artigo, focando menos na troca de faixa presidencial e suas consequências, do que na mentalidade que forma o invólucro do pensamento econômico, seja ele dominante amparado pela força das canetas oficiais, seja ele apresentado como alternativa dotada do vigor da viabilidade e da profundidade saudável que se espera de uma oposição de pensamento.
O fato é que não existe economia saudável que se sustente ao longo de uma trajetória sem contrapontos de concepção, ou desprovida de senso crítico instrumentalizado por formuladores competentes, capazes de fugir das frases de efeito, da prisão do politicamente correto, e corajosos o suficiente para lutar por suas ideias. Sem essa dinâmica, o que se materializa é o marasmo, e eventualmente, ao final do marasmo, a nau pode enfrentar um vendaval. Assim comprova a história.
Não defendo, evidentemente, combates desestabilizadores (ressalvando que políticas econômicas francamente deteriorantes merecem sim a desestabilização, para rumar em seguida à um porto mais seguro.) e nem tão pouco o cárcere das ideologias, mas necessitamos com urgência da contribuição articulada, concreta nas suas proposituras, mais estruturante do que simplesmente retórica e politicamente tracionada das forças de oposição – independentemente de partido ou grupo político – mas que venha a ocupar este lugar, efetivamente, após a posse em primeiro de janeiro de 2014.
O capital e seus gestores precisam sim de estabilidade e alguma previsibilidade, mas também necessitam de novos e críveis prognósticos quando percebem a nau cambalear em mar manso, e essa é a constante econômica de hoje e de sempre, no comportamento de qualquer horizonte de longo prazo em qualquer economia que se preze no mundo civilizado. Sempre expostas a alguns sustos e eventuais solavancos, mas sempre contando com alternativas que possam ser implementadas por gente competente.
Se isso existe hoje no Brasil? Deixo a resposta para o leitor.
Até o próximo.