Por: Gustavo Chierighini, fundador da Plataforma Brasil Editorial e membro do conselho editorial da DVS Editora.
Meus caros, já deve ter entrado no seu radar o movimento que cresce em grandes companhias, em que estruturas corporativas de grande porte aportam capital, experiência, infraestrutura e networking em benefício de projetos e empreendimentos em fase inicial, desde que tragam no seu escopo um componente da complementariedade que seja encarado como estratégico ou fortalecedor de uma política ampla de posicionamento.
As motivações por parte destes investidores iniciais pode atender a um extenso arco, as convergências esperadas podem ser múltiplas, e as expectativas distintas, onde não necessariamente estão o retorno sobre o investimento sob uma ótica ortodoxa, e eventualmente nem mesmo a geração de faturamento – muito embora estes ainda sejam parâmetros levados muito a sério – sim, dar lucro e gerar receita ainda não estão fora de moda e pelo que tudo indica jamais estarão.
Contudo existe um conjunto de características que precisam estar presentes.
1. Um projeto inovador. Não se trata de qualquer preconceito contra negócios tradicionais ou mais comuns e sem base tecnológica embarcada, mas no corporate venture, o componente inovação é de fundamental importância;
2. Viabilidade operacional. A busca por projetos inovadores não vai prescindir de modelos que parem de pé. Portanto, não se trata de maluquices patrocinadas, mas de inovações viabilizáveis amparadas;
3. Viabilidade econômico-financeira. Isso não vale para todos os casos, mas não são exceções os casos onde a geração de caixa e produção de rentabilidade sejam elementos fundamentais para um projeto elegível;
4. Espírito empreendedor. Pode parecer óbvio, mas não é. Você pode até estar diante do seu primeiro negócio, sem jamais ter colocado a sua vocação para empreender, mas algumas características comportamentais são vitais, tais como: autoconfiança, persistência, determinação, sangue frio e capacidade de trabalho.
5. Pragmatismo empresarial. Você tem um sonho, e encontrou um caminho para realiza-lo colocando-o de pé com o apoio de uma parceria estruturante, mas isso não pode eliminar a racionalidade. Você não está sendo apoiado porque é bonitinho, politicamente correto, ou engraçadinho. O corporate venture vem porque enxerga na sua iniciativa um caminho concreto para cumprir um ou um conjunto de objetivos estratégicos, logo você terá que zelar pelas convergências sendo capaz de ajustar e calibrar a sua ideia original para uma realidade plausível.
6. Apego a boa gestão e transparência. Sim você vai ter que se sair como um ótimo administrador e mais do que isso , terá que prestar contas para quem o patrocina. Nada acontecerá sem esses requisitos.
7. Um plano de ação detalhado. Essa pode ser claramente a diferença entre “viagens na batatinha” e realidades plausíveis. Por mais que sua ideia seja encarada como algo viável, você terá que ser um excelente executor, e não há boa execução sem um bom plano de ação.
8. Visão de futuro. Ela é fundamental para sustentar o interesse dos seus patrocinadores ao longo do tempo. Quanto mais realista e sólido forem os prognósticos, melhor para o negócio e o relacionamento com o corporate venture.
A lista pode ser bem mais extensa, mas se o que está aqui for uma realidade, então um bom caminho da estrada já foi percorrido.
Boa sorte