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Os elementos do pensamento produtivo

Pensamento Produtivo, Think Better, Tim Hurson, DVS Editora, DVS, Empresas, Livros Online, NegóciosO pensamento produtivo é composto por duas habilidades de raciocínio distintas: o pensamento criativo e o pensamento crítico. Este é o princípio universal do pensamento produtivo: o pensamento criativo tem de ser apartado do pensamento crítico. Nossa postura habitual é não distinguir essas duas habilidades; ao contrário, tendemos a sobrepô-las.

Por Tim Hurson.

Tente se lembrar da última vez em que tentou solucionar um problema ou que tenha proposto uma nova abordagem. Provavelmente você deve ser seguido uma seqüência de raciocínio mais ou menos assim:

Hum… já sei. Vou…. Não, é muito caro. Bom, o que aconteceria se tentasse… Não, nunca conseguiria executar isso a tempo. Então, que tal… Não, muito arriscado. Eu poderia sempre…. Pode esquecer. Os caras criticariam e conseguiriam provar em dois segundos que está tudo errado. É, talvez não haja mesmo um caminho melhor.

Este é o princípio universal do pensamento produtivo: o pensamento criativo tem de ser apartado do pensamento crítico!!!


Quando tentamos pensar de maneira criativa para gerar idéias e, simultaneamente, pensar de maneira crítica para julgá-las, acabamos por sabotar qualquer possibilidade de sucesso. É como tentar dirigir com um pé no acelerador e outro no freio: não chegamos a lugar nenhum e, provavelmente, exaurimos algo nesse processo.

O pensamento criativo tem três características essenciais. Primeiramente, ele é gerativo (produtivo); em outras palavras, sua função primordial é conseguir extrair algo de onde parece nada existir ou criar algo do nada. As idéias surgem de maneira distinta para diferentes pessoas: por meio de devaneios, de investigações e testes de idéias irreais ou impraticáveis apenas em caráter experimental, de indagações do tipo “o que aconteceria se…”, de analogias incomuns ou simplesmente de ponderações. Independentemente do meio que empreendermos para gerá-las, as novas idéias são, na melhor das hipóteses, nebulosas e frágeis. Elas nascem apenas parcialmente formadas e são efêmeras. Um segundo é o bastante para nos esquecemos até de que tivemos uma determinada idéia.

Tente se lembrar da última vez em que estava no banho e lhe veio à mente a idéia mais extraordinária do mundo e momentos depois ela já havia desaparecido pelo ralo.

Essas novas e frágeis idéias ganham existência em virtude da segunda característica da modalidade de pensamento criativo: ele é acrítico (tolerante). Não podemos criar e julgar ao mesmo tempo. Nossas idéias semiformadas não conseguem sobreviver ao ataque furioso de nosso intelecto. Quantas vezes você já criticou suas idéias a ponto de sufocá-las?

A terceira característica do pensamento criativo brota diretamente das duas primeiras: ele é expansivo. Quando geramos idéias e permitimos que elas vivam, adiando para isso o julgamento, a tendência é obtermos mais idéias. O pensamento criativo, portanto, é gerativo, acrítico e expansivo. Em vigor, quando estamos pensando criativamente, estamos relacionando nossas idéias. Estamos criando um longo rol de idéias.

O pensamento crítico é yang, ao passo que o pensamento criativo é yin (o yin yang advém da filosofia chinesa e é uma representação do princípio da dualidade, onde duas forças complementares compõem tudo que existe, e de seu equilíbrio surgem todo movimento e mutação). O pensamento crítico também tem três características fundamentais, cada uma delas um contraponto das características do pensamento criativo. Primeiramente, o pensamento crítico é analítico: ele sonda, contesta e testa.

Quando pensamos criticamente, examinamos em profundidade o que está em pauta; mergulhamos bem abaixo da superfície e trazemos à tona as nuanças. Buscamos compreender, procuramos encontrar ordem e então descobrimos significados. Em segundo lugar, o pensamento crítico é apreciativo. Sua função é nos ajudar a determinar se as idéias atendem ou não aos critérios para, desse modo, prosperarem ou mesmo serem examinadas mais a fundo. O pensamento crítico nos possibilita comparar idéias com normas e critérios predeterminados. Em terceiro lugar, o pensamento crítico é seletivo. Ele delimita as idéias geradas pelo pensamento criativo, peneirando e filtrando-as para produzir algumas mais manejáveis. Usamos o pensamento crítico para identificarmos as idéias com maior potencial de aprimoramento e, a partir daí, encontrarmos aquelas com o maior potencial de sucesso. O pensamento crítico, portanto, é analítico, apreciativo e seletivo. Em vigor, quando estamos pensando criticamente, estamos fazendo opções, decidindo.

No pensamento produtivo, distinguimos o pensamento criativo e o pensamento crítico. É um processo em que, num primeiro momento, adiamos as apreciações críticas, para gerarmos e relacionarmos o máximo de idéias que conseguirmos, e, num segundo momento, retornamos a essas relações para fazermos opções, agora apreciando as idéias com base em critérios de sucesso preestabelecidos: relacionamos e fazemos opções. Como você terá oportunidade de ver a partir do Capítulo 6, Pensamento Produtivo Estruturado, o processo de pensamento produtivo global é constituído por seis etapas distintas, desde a investigação da necessidade de um novo pensamento ao desenvolvimento de um plano de ação. Cada um desses estágios compreende etapas de pensamento criativo e pensamento crítico.

A dinâmica do pensamento produtivo é a alternância contínua do pensamento criativo com o pensamento crítico. Imagine um par de remos de caiaque. Um comporta o pensamento criativo, o outro o pensamento crítico. Se usássemos sempre o remo criativo, ficaríamos a girar em círculo. Se usássemos sempre o remo crítico, ficaríamos a girar em círculo, mas no sentido contrário. A solução é alternar ambos: criativo, crítico, criativo, crítico. Desse modo, desenvolvemos um enorme ímpeto ou momentum de avanço. Assim, podemos alcançar o tenkaizen.

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Pense Melhor – Um guia pioneiro sobre o pensamento produtivo (o futuro de sua empresa depende disso… assim como o seu)

Obra escrita por Tim Hurson, sócio-criador da empresa de formação de capital intelectual thinkX (www.thinkxic.com) que oferece treinamento, assistência e consultoria a empresas internacionais sobre pensamento produtivo e inovação. O autor também é membro do corpo docente e do conselho de administração da Fundação de Educação Criativa, além de diretor-fundador da Facilitators Without Borders (FWB).

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