A Folha conversou com especialistas e traz dicas sobre o que fazer para reposicionar sua carreira no mercado de trabalho
Por Kalinka Amorim,
Reportagem Local
(veja o original)
Você anda desmotivado profissionalmente? A hora de acordar para se preparar para o trabalho tem sido um verdadeiro tormento? Tem deixado de entregar suas tarefas nos prazos estabelecidos? Anda sem paciência e com sinais de irritabilidade para com os colegas de trabalho? Esses podem ser sinais de que você anda estafado e descontente com sua carreira.
A Folha conversou com especialistas no assunto para saber quando é chegada a hora certa de se reposicionar, seja na empresa, seja no seu próprio negócio. O segredo, garantem os especialistas é traçar metas com objetivos claros a serem seguidos para saber qual é a direção para uma nova conquista na área profissional.
Para Cláudio Queiroz , autor do livro ”As Competências das Pessoas”, da DVS Editora, a primeira etapa para um reposicionamento profissional é o levantamento de dados sobre a organização. Descobrir a cultura da empresa, se ela é aberta ou não ao diálogo ou até mesmo se é centralizadora faz toda a diferença para investir na carreira nesse local.
”A pessoa deve identificar se a empresa é parceira no desenvolvimento do profissional e tem planos de carreira, se estimula a atuação dos gestores como formadores de equipes e pratica os valores propostos respeitando a diversidade. Se essas características existem, então vale a pena investir e seguir em frente”, pondera.
Para Simone Nascif, coaching formada pela Universidade de Nebraska e especialista em reposicionamento de carreira, o primeiro passo a ser tomado pelo profissional é ser sincero consigo mesmo e se perguntar ”será que aqui vou crescer?”.
Muitas vezes a desmotivação pessoal, segundo ela, faz com que o profissional fique perdido, sem um horizonte. ”Essa insegurança toda ocorre porque a própria empresa não é clara em mostrar ao funcionário onde ele pode chegar”, pontua. A culpa do desânimo, portanto, não é apenas do funcionário. ”A empresa tem 50% de participação nessa insatisfação. Muitas empresas ainda não estão preparadas para o profissional que tem um senso crítico aguçado, que questiona, se posiciona e sabe para onde quer ir”, pondera.
Se o profissional está passando por essa situação, então é chegada a hora de buscar ajuda e se recolocar. ”Seja na empresa, na busca por um novo cargo, um novo salário ou até mesmo na procura por um novo horizonte”, afirma.
E para ela, o principal para permanecer num ambiente organizacional é o relacionamento entre os colaboradores. ”O salário nem sempre é o primordial. Muitas vezes as pessoas ganham menos mas sentem-se valorizadas e além de tudo enxergam no líder um potencial, alguém que agrega valor à sua carreira por ser uma pessoa compreensiva”, alerta.
Queiroz reconhece que na atualidade os conhecimentos, habilidades, atitudes e comportamentos de entrega são valorizados pela empresa para um reposicionamento na carreira. ”As organizações neste momento desejam um empregado nota 10, que tenha flexibilidade, persistência, resiliência, disciplina, proatividade e entusiasmo; ou seja, as competências necessárias para o alcance dos objetivos estratégicos da empresa”, esclarece.
E o que fazer quando a empresa não reconhece esses fatores? É a hora de tentar um novo emprego? O escritor recomenda que antes de procurar um novo emprego uma parceria com algum gestor estratégico seja estabelecida. ”Essa talvez seja a melhor saída”.
Cláudio Queiroz é professor de pós-graduação e MBA da FAAP, e autor do livro As Competências das Pessoas. Potencializando seus Talentos. (DVS Editora). A obra aborda as dezesseis principais competências pessoais no ambiente organizacional fazendo uma sintética descrição da importância delas no mundo corporativo e apresenta o conceito, os conhecimentos, as habilidades, as atitudes, os comportamentos de entrega, a bibliografia básica e os filmes que ilustram a manifestação da competência em questão. A obra disponibiliza também um roteiro para o autodiagnóstico e a construção de um plano individual de desenvolvimento e ainda uma relação de músicas e obras de arte que podem funcionar como fontes de inspiração para o crescimento. |