O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou a atuação de marqueteiros nas campanhas eleitorais, a qual qualificou de exagerada. A declaração foi dada em entrevista para o jornal Folha de S. Paulo. Segundo FHC, a lógica do marketing eleitoral de agora deforma a imagem do candidato para adaptá-la à desejada pela população.
“Nós entramos num marquetismo perigoso, que despolitiza. Hoje a campanha faz pesquisas e vê o que a população quer naquele momento. A população sempre quer educação, saúde e segurança, e então você organiza tudo em termos de educação, saúde e segurança, e isso tudo sem perceber que a verdadeira questão é como você transforma em problema uma coisa que a população não percebeu ainda como problema… A pesquisa [de opinião] é útil não para você repetir o que ela disse, mas para você tentar influenciar no comportamento, a partir de seus valores. Suponha uma pesquisa sobre privatização em que a maioria é contra. A posição do líder político é tentar convencer a população [do contrário]. O que nós temos na campanha é a reafirmação dos clichês colhidos nas pesquisas. Onde é que está a liderança política, que é justamente você propor valor novo. O líder muda, não segue.”
“Nós entramos num marquetismo perigoso, que despolitiza”
Já segundo o especialista em marcas pessoais, Peter Montoya, o marketing eleitoral e o moldamento de uma “marca” em torno do candidato é importante sim, mas desde que isso seja condizente com as verdadeiras práticas e ideias defendidas pelo mesmo. Ou seja, de acordo com o especialista, o importante é agregar à imagem do candidato valores associados à liderança, competência e honestidade, mas sem transformá-lo naquilo que ele não é.
“Desenvolver uma marca pessoal de peso pode ser a chave para se elevar acima da concorrência, mas isso deve ser feito com cuidado, pois qualquer pequeno erro pode destruir uma marca ou reduzir a credibilidade”, comenta Montoya.
O marketing eleitoral e treinamento de mídia vem se tornando regra na condução do jogo eleitoral. A prática ganhou força principalmente após a atuação do publicitário Duda Mendonça no pleito que levou Lula à presidência em 2002, e no qual ficou famoso o slogan “a esperança vencerá o medo”.
Agora em 2010, o também publicitário João Santana foi o marketeiro escolhido para levar Dilma ao palácio da Alvorada. A jornalista Olga Curado cuidou do treinamento de mídia da candidata [também foi a responsável pelo treinamento de Lula], e foi em parte responsável pela mudança de perfil da presidente eleita que antes era qualificada como “durona demais”.
Sobre A Marca Chamada Você e Peter Montoya
Esta fala pode parecer ousada, mas é assim mesmo – de forma agressiva e até irônica – que o autor faz o convite para a leitura de A Marca Chamada Você.
A obra desconstrói duas ilusões muito comuns entre aqueles que iniciam um negócio. A primeira, a de que o público se importa com o seu negócio, quando, na verdade, ele nem sabe que existe. A segunda, a de que você oferece algo diferente e superior à concorrência, quando, de fato, oferta basicamente os mesmos produtos ou serviços.
Peter Montoya mostra como o pensamento convencional é “surpreendentemente imbecil e segui-lo é a melhor maneira de “ser jogado para escanteio”. A primeira “dica” do autor em seu livro, deixa isso bem claro!
Peter Montoya é um renomado palestrante, instrutor e especialista em mídia e comunicação de marcas pessoais. Ele é amplamente conhecido como o mais proeminente professor do tema. Montoya fez diversas aparições nas emissoras Fox News, MSNBC, CNN e ABC, e recebeu destaque na mídia impressa e eletrônica, incluindo o USA Today, o Los Angeles Times, o Chicago Tribune, o New York Newsday, a BBC, a AFP, a Reuters e a CBS Marketwatch.