– Para eles não há absolvição
Construir um negócio do zero não é nada fácil. Demanda coragem, sangue frio, enorme disposição e muito, muito bom senso.
Por Gustavo Chierighini
Diante dessa constatação é preciso deixar claro que quem julga os equívocos cometidos por empreendedores, atende pelo nome de mercado, e é constituído por um júri implacável, que não tem a menor compaixão pelo seu esforço e boa vontade. Portanto, todo cuidado é pouco.
Reunimos aqui uma lista de coisas que simplesmente não podem acontecer. La vai:
Descapitalização progressiva do negócio.
O projeto vai bem, os primeiros clientes vieram e parecem estar satisfeitos. Pouco a pouco a empresa vai se consolidando e ganhando espaço.
Pronto, embriagados pelo ainda incipiente sucesso, os sócios se reúnem e certos que de agora em diante só virão outros sucessos e mais e mais contratos, passam a realizar investimentos desnecessários, queimam recursos com inutilidades corporativas e outras superficialidades.
Criam com isso uma cultura de displicência financeira, que pouco a pouco fragiliza o negócio, eliminando a sua sustentabilidade no médio e às vezes até no curtíssimo prazo.
Ansiedade, impaciência e precipitação
É óbvio que qualquer projeto de risco causa ansiedade. É quase impossível evitar esse sentimento em algumas fases e situações. Mas isso não pode dominar os processos de decisões. Deve ser encarado como um sentimento normal, mas não pode jamais orientar a gestão da empresa.
Na hora de agir, é preciso ter paciência e concentração. É muito importante manter a cabeça no lugar e encarar obstáculos e adversidades como componentes de um jogo.
Falta de Planejamento
Você não precisa montar um documento que aborde o negócio para os próximos dez anos. Mas é fundamental conceber um material bastante objetivo e viável, como um bom “plano de vôo”, onde fique claro em que lugar você quer chegar, quando e de que forma.
Desorganização
Corra dela, é um dos pecados mais graves. Causa insegurança para você, seus colaboradores e parceiros e acaba refletindo diante dos clientes.
Ela ocasiona uma sangria permanente no negócio, consome tempo e traz complicações, além de minar todas as iniciativas planejadas.
Incompetentes
Não os deseje nem para o pior inimigo. Simplesmente elimine-os do convívio profissional. Eles não trazem nada de bom. Atrasam o andamento das atividades, desmotivam os competentes e criam um ambiente de desgaste geral.
Otimismo ou Pessimismo Exagerado
Lembre-se de manter um certo ceticismo saudável. A autocrítica ajuda muito a ajustar expectativas e evitar decepções custosas.
Neste caso, acreditamos no ditado popular, de que a virtude está no meio. Portanto empreendedor, nem tanto ao céu, nem tanto à terra. Mas, sobretudo, conte com imprevistos. Conte com atrasos, furos e atue sempre com muita antecedência.
Por fim, siga firme no seu caminho, sem se esquecer de que empreender é antes de qualquer coisa um estilo de vida, um estado de espírito constante.
Sobre o autor
Gustavo Chierighini, atento observador do universo corporativo, é fundador da Plataforma Brasil e membro do conselho editorial da DVS Editora.